Turismo no Oriente Médio: o conflito entre Israel e Hamas sob a ótica da Caminhos

22/01/2024

Este foi o último grupo da Caminhos a visitar o Oriente Médio, em junho de 2023.

Faz mais de 100 dias que o Hamas orquestrou o ataque que matou 1.200 pessoas e capturou outras 137. Desde então, a contraofensiva do Estado de Israel na Faixa de Gaza já fez 25 mil vítimas fatais. Este, que é o pior conflito entre israelenses e palestinos do século, começou em 7 de outubro de 2023 e não tem data para acabar.

Mesmo assim, percebemos que a intensidade do confronto está diminuindo. Em uma entrevista à rede de televisão estadunidense CBS no dia 14/01, o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que o exército de Israel está abrandando o ritmo de suas incursões no território governado pelo Hamas.

Se deixarmos de lado o olhar político/militar do conflito e focarmos no mercado turístico, também vislumbramos uma melhora, ainda que tímida, do setor. A cia aérea Lufthansa e suas subsidiarias Austrian e Swiss Airlines voltaram a voar de Frankfurt, Munique, Viena e Zurique para o Aeroporto Internacional Bem Gurion de Tel Aviv, que até 8 de janeiro era usado somente pelas companhias israelenses El Al, Arkia e Israir.

Além delas, Finnair (da Finlândia), KLM (da Holanda), Ryanair (da Irlanda), Pegasus e Turkish Airlines (ambas da Turquia) confirmaram seus retornos para fevereiro. Nosso fornecedor local, NET (Near East Tourist Agency), com quem mantemos contato frequente, informou que recebeu seu primeiro grupo na semana passada e que aguarda, também para o início de fevereiro, 250 turistas dos Estados Unidos.

 

Mas ainda é cedo para retornarmos...

"Caminhar pelas ruas de Jerusalém poucos dias antes da festa judaica Chanuká causa tristeza e saudade do clima alegre, das hordas de peregrinos, dos concertos e dos eventos natalícios que caracterizavam essas ruelas somente um ano atrás". Estas palavras, da diretora de teatro e estudiosa do judaísmo, Miriam Camerini, retratam como a cidade encontrava-se na véspera do Natal de 2023, quando o conflito completou um mês.

"(...) na esperança de me distrair por algumas horas, vou ao meu cabeleireiro na cidade velha. Um jovem armênio cujo salão, ao lado da Porta Nova, sempre foi um lugar acolhedor. São 16h, mas Rany me cumprimenta acendendo as luzes. Sou a primeira cliente do dia e meus 75 shekels (menos de 19 euros) serão seu único ganho hoje: 'A temporada está perdida', me diz com tristeza enquanto lava meu cabelo. 'Aqui na cidade velha vivemos de turismo e este ano não haverá nenhum'".

Os relatos da Miriam e do Rany são retratos fiéis do buraco onde se encontra o setor turístico de Israel, que antes de 7 de outubro havia registrado "o maior ganho entre as regiões globais durante o período de janeiro a julho, com resultados que excederam os níveis pré-pandêmicos em 20% de acordo com a Organização Mundial de Turismo, da ONU".

Entretanto, a guerra paralisou a demanda de viagens para o país. A empresa de cruzeiros MSC, por exemplo, encerrou as operações dos navios MSC Orchestra e MSC Sinfonia, que navegam pelo mar Mediterrâneo até o porto de Haifa. Além disso, várias companhias aéreas suspenderam seus voos para o Líbano, onde o Hezbollah tem trocado tiros com tropas israelenses na fronteira.

Efeito dominó sentido nos países vizinhos como alertou a empresa que analisa tendências de viagens, ForwardKeys, no início do conflito. Previsão compartilhada com a S&P Global Ratings, que apontou Líbano, Egito e Jordânia como os maiores prejudicados pelo confronto. O assessor de gabinete do primeiro-ministro da Jordânia, Suleiman Farajat, disse que se o conflito continuar "a próxima temporada de turismo estará em perigo". Ele torce para que a situação se normalize logo. Quem sabe "até setembro de 2024".

Mapa do Oriente Médio com os países visitados pela Caminhos.

 

É o que a Caminhos deseja, torce e reza. Enquanto isso, utilizamos nossa vasta experiência no Oriente Médio, inclusive em uma situação de conflito semelhante, ocorrida em 2014, e outras duas menores (em março de 2008 e outubro de 2013) para gerenciar os sete grupos programados para a região. Como curiosidade, o vídeo abaixo conta o que aconteceu em março de 2008, quando estávamos com 51 caminheiros(as) em Jerusalém:

 

Saiba como retrabalhamos os grupos de 2023 e 2024 para o Oriente Médio...

Nossa primeira atitude pós-07/10 foi a de não sermos levados pela emoção das notícias e, assim, não tomarmos decisões precipitadas. Desse modo, acompanhamos o desenrolar do conflito e suas consequências junto aos nossos fornecedores de Israel, Egito, Líbano e Jordânia, na mídia especializada e pelos comunicados oficiais dos países envolvidos, além de rememorarmos nosso histórico de decisões (entre acertadas e erradas) para sermos os mais assertivos possível. A seguir, mostraremos os principais passos tomados nestes três meses:

 

1. Uma viagem por vez

Assim que a guerra eclodiu, nossas linhas telefônicas e caixas de email passaram a receber questionamentos de caminheiros(as) sobre cancelamentos, adiamentos e segurança das viagens, entre outros. Por isso, decidimos organizar o trabalho priorizando um grupo por vez: do embarque mais próximo ao mais distante. Assim, dedicamos nossa atenção inicial ao grupo que embarcaria para a Terra Santa em 1º de novembro, ou seja, dali há 20 dias.

 

2. Suspenção temporária dos embarques

Conforme consta no contrato das viagens, e mais especificamente no item 5.6, a Caminhos não se responsabiliza por caso fortuito ou de força maior como guerras e conflitos, sobre as quais não possa prever ou controlar. Sendo assim, e em respeito às pessoas que sonham em visitar a Terra Santa, suspendemos temporariamente os embarques mais próximos como o de novembro de 2023 e os do primeiro semestre de 2024 sem definir uma nova data, pois não sabemos quando será possível viajar para lá novamente.

 

3. Criação de alternativas

Além disso, também entendemos – e compreendemos – que caminheiros(as) não queiram viajar para a região em virtude do ocorrido. Por isso, além de oferecermos a possibilidade de migrar para outros roteiros regulares da Caminhos na Europa e nas Américas, criamos novos roteiros de acordo com a necessidade de cada grupo, sempre amparados e de comum acordo com os diretores espirituais em questão. Aqui frisamos que uma de nossas preocupações foi a de oferecer opções mais econômicas do que os roteiros originais.

 

4. Cancelamento de contratos

Mas também há aqueles que não desejam mais viajar para o Oriente Médio, nem para outros lugares. Compreendendo o momento e a situação de força maior, a Caminhos abriu mão de 50% da multa contratual para beneficiar esse grupo de caminheiros(as). Assim, ao invés da multa de 20% do valor total do pacote, conforme item 4.2.b do contrato, estamos cobrando apenas 10%. Entretanto, esse acordo é válido somente para os grupos retrabalhados. Como os embarques do segundo semestre ainda estão agendados para as datas originais, eles não são contemplados pelo abono extracontratual.

 

5. Passos futuros

Foi assim que retrabalhamos todos os grupos do Oriente Médio com embarque no primeiro semestre de 2024. Agora vamos esperar mais um pouco para avaliar o que faremos com os outros três programados para junho, setembro e novembro deste ano, seguindo a ordem de embarque. Nosso desejo é de que o conflito cesse o mais breve possível e consigamos embarcar todos, alocando neles os(as) passageiros(as) dos grupos anteriores que optaram por esperar a melhora da situação e, assim, realizar o sonho de conhecer a Terra Santa.

 

Feito este breve resumo sobre o trabalho intenso em que estivemos envolvidos nas últimas semanas, nos colocamos a disposição dos(as) caminheiros(as) que ainda não se decidiram para organizamos seus projetos de viagem da melhor maneira. Também estamos abertos aos caminheiros(as) dos grupos do segundo semestre para tirarmos dúvidas e conversarmos sobre a situação de cada um(a). Independentemente disso, entraremos em contato com todos(as) na brevidade possível para apresentarmos as alternativas.

Trocas de grupos podem ser realizadas pelo telefone (41) 3015-4777, pelo WhatsApp (41) 99803-0006 ou pelo email contato@caminhosviagens.com.br. Já os cancelamentos devem ser formalizados somente através do email financeiro@caminhosviagens.com.br.  



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